Moradores fazem protesto e cobram ação da Prefeitura em São Bernardo

Moradores fazem protesto e cobram ação da Prefeitura em São Bernardo

14 de fevereiro de 2020 0 Por bernonews

Avenida Luiz Pequini, no bairro Santa Terezinha, foi interditada para exigir remoção de entulho

Moradores do Bairro Santa Terezinha, em São Bernardo, realizaram na manhã de hoje (14) protesto pacífico para cobrar ação da prefeitura. Os participantes do ato interditaram a Avenida Luis Pequini, na altura no número 86, exigindo a remoção do entulho de casas que estão sendo demolidas pela administração municipal.
Segundo as lideranças comunitárias, desde o dia 15 de dezembro, quando começaram as remoções e demolições – as famílias foram destinadas para unidades habitacionais em condomínios populares – os moradores que continuam no local pedem a retirada do entulho. Além da sujeira e dos focos de dengue, as casas que ainda não foram totalmente demolidas têm sido ocupados por pessoas em situação de rua e usuários de drogas.

Para chamar a atenção da Prefeitura, os moradores jogaram entulhos e móveis velhos e deixaram apenas uma faixa liberada para o tráfego, desde as 9h20 da manhã. A via chegou a ficar totalmente bloqueada por cerca de 40 minutos. Com a chegada da PM (Polícia Militar), houve diálogo com os líderes do movimento e o secretário de Segurança Pública de São Bernardo, coronel Carlos Alberto dos Santos foi chamado. O gestor intermediou que tratores viessem para iniciar a limpeza. O tráfego de veículos foi liberado por volta de 11h50.

O ato contou com apoio do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). “A prefeitura alega que estamos resistindo às remoção, mas isso não é verdade. Quem está aqui apenas está lutando pelos seus direitos”, afirmou coordenadora estadual do MTST e moradora do bairro, Joana D””Arc Nunes, 49 anos. “O entulho é tanto que obstruiu duas ruas. Aumentaram os casos de assaltos, furtos, as mulheres passam de madrugada indo para o trabalho e são assediadas”, reclamou.
Líder comunitário, o marceneiro Régio Rodrigues Andrade, 46, alegou que as famílias que foram removidas saíram sob coação da prefeitura. “Essa área não é pública. O governo só tem a posse provisória, e mesmo assim, estão fazendo as remoções com base em ameaças”, acusou.

Outra liderança comunitária, a cabeleireira Luciana Ferreira de Souza, 44, explicou que o secretário de Segurança prometeu que toda o entulho será removido em 15 dias. “Se não resolverem essa situação, faremos novo protesto”, declarou. “Por causa dessa sujeira, entupindo a rede de água pluvial, no final de semana o bairro ficou alagado e um morador morreu afogado”, completou Joana D’Arc, referindo-se a Gilvan Pereira de Jesus, conhecido como Gugu, 33, que foi arrastado pela enxurrada no sábado, dia 8, e teve o corpo encontrado no Piscinão Canarinhos, na rua dos Vianas, também em São Bernardo.

Com informações do DGABC