Câmara debate suspender salários de Mario de Abreu

Câmara debate suspender salários de Mario de Abreu

23 de junho de 2020 0 Por bernonews

Parte da bancada inicia discussão para reter subsídio do vereador afastado de São Bernardo

Parte da Câmara de São Bernardo iniciou movimento na tentativa de impedir que a mesa diretora deposite o subsídio do vereador afastado Mario de Abreu (PDT) na conta do pedetista e que encaminhe o dinheiro para um depósito judicial.

Em agosto de 2018, o juiz Leonardo Fernando de Souza Almeida, da 4ª Vara Criminal de São Bernardo, acolheu pedido do Ministério Público para afastar o então parlamentar sob alegação que, se ele continuasse na cadeira, iria atrapalhar as investigações – Abreu responde por suposta venda de licenças ambientais e de cargos comissionados, além de ameaça a uma testemunha. Apesar do afastamento, o magistrado manteve o pagamento dos salários.

O Diário apurou que o tema foi levado aos demais vereadores pelo parlamentar Hiroyuki Minami (PSDB) na sessão da semana passada. O tucano, entretanto, oficialmente negou qualquer liderança nessa discussão, embora tenha admitido ter ouvido algo nesse sentido. Alguns consentiram em consultar o departamento jurídico da casa a respeito. Outros viram a discussão com receio, uma vez que há embasamento jurídico para o pagamento dos valores a Abreu.

Ao Diário, o pedetista reforçou a tese de que, mesmo afastado, pode receber os subsídios e avaliou que a Câmara não vai desrespeitar uma ordem judicial suspendendo o depósito.

PSDB
Abreu criticou a expulsão do PSDB, ocorrida em junho de 2019. “Me pegou de surpresa porque a fundamentação da expulsão do PSDB foi baseada na gravidade dos fatos que eu estava sendo acusado. Não fui condenado. Existe a Constituição, que diz que todo mundo é inocente até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Eu não tive nenhuma sentença ainda”, reclamou.

O vereador afastado sustentou que, sem a condenação, tem a idoneidade intacta e que o partido não agiu com isonomia, já que há outros quadros do PSDB que respondem judicialmente a alguma acusação e que, mesmo assim, seguem normalmente na legenda.

“Eu me senti injustiçado. Há outras pessoas do PSDB, do município, do Estado e até nacional, que respondem a processo e eles (diretório) não tiveram essa postura. Se eu tivesse uma condenação em primeira instância, vejo que teria elemento (para expulsão). Mas nem isso teve. Tive a condenação pelo meu partido sem ser condenado pela Justiça. Nesse caso eu me senti traído sim”, esbravejou. 



Com informações do DGABC