Morando evita polêmica construção de mercado em área verde no Centro

Morando evita polêmica construção de mercado em área verde no Centro

27 de junho de 2020 0 Por bernonews

Em solenidade na Fábrica de Cultura, prefeito de São Bernardo cita ‘quadrilátero cultural’, mas não comenta demanda popular por parque

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), se esquivou da polêmica sobre a construção de um supermercado em área verde que pertencia à antiga Fiação e Tecelagem Tognato, na região central da cidade. Ontem, durante solenidade de entrega da gestão da Fábrica de Cultura para o governo do Estado, Morando disse que a abertura do equipamento reforçaria o “quadrilátero cultural” em um raio de um quilômetro a contar do Paço, na Praça Samuel Sabatini.

Na contabilidade do prefeito, além da Fábrica de Cultura, há o Parque da Juventude, a Praça-Parque Antônio Cecato, esplanada do Piscinão do Paço e o Parque das Bicicletas, que foi instalado em parte dos terrenos que pertenciam à Fiação Tognato.

O Diário mostrou ontem que a construção de uma unidade do Grupo Bem Barato e o leilão de duas outras áreas da antiga Tognato contrariam o desejo de moradores da região por um parque em todo o terreno da empresa de tecelagem, que entregou as áreas à Prefeitura para pagar dívidas tributárias nos anos 2000.

Em 2016, em OP (Orçamento Participativo), os munícipes da região central aprovaram a instalação de parque nos 42 mil metros quadrados do local. O então prefeito Luiz Marinho (PT) negociou com o Sebrae-SP a construção do equipamento, em troca de cessão de parte do espaço para um centro de capacitação da entidade.

Morando mudou a trajetória do debate, montou o Parque das Bicicletas em 20 mil metros quadrados do terreno e, o restante, decidiu vender. Um deles, de quase 10 mil metros quadrados, foi adquirido no ano passado pelo Grupo Bem Barato, por R$ 42,1 milhões. O desmatamento do local está em estágio avançado. MPF (Ministério Público Federal) foi acionado para acompanhar o caso, uma vez que há suspeita de favorecimento à rede de supermercado. O governo nega qualquer irregularidade.

FÁBRICA DE CULTURA
Morando oficializou ontem a entrega, ao Estado, do prédio da Fábrica de Cultura, equipamento construído no local onde seria o Museu do Trabalho e do Trabalhador – alvo de operação da PF (Polícia Federal). A intenção é que a unidade comece a operar em setembro, em uma primeira fase.

A partir de agora, após intervenção municipal no valor de R$ 4,5 milhões, todo o prédio da Fábrica de Cultura passará para a gestão do governo do Estado por 20 anos, prorrogáveis por igual período. A gestão do governador João Doria (PSDB) deverá administrar todos os cursos, assim como as instalações locais.

Conforme o secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado, Sérgio Sá Leitão, que participou do ato, a fábrica deverá ser aberta em três etapas, a partir de setembro, quando o prédio abrigará 32 cursos, com 640 vagas ao todo. “A expectativa é a de que 15 mil pessoas utilizem o equipamento por mês, ao menos nesse primeiro período”, declarou. Toda gestão dos cursos, dos professores, dos equipamentos ficará sob responsabilidade da Catavento Cultural e Educacional, organização social especializada em cultura e que já faz gestão em outros equipamentos do Estado de São Paulo, inclusive outras fábricas de cultura.

Já a segunda fase de funcionamento do equipamento deve acontecer em junho de 2021. Na terceira etapa (sem prazo divulgado), com o equipamento operando em 100%, serão 308 cursos, com 4.185 vagas.

Com informações de DGABC